Existem deuses em Asgard e outros
reinos que são venerados pelos habitantes dos nove mundos, principalmente em Midgardr.
“Eu vi Baldr,
O deus ensanguentado,
Filho de Odin,
Seu destino selado.”
-- Völuspa
Filho de
Odin e Frigg e esposo de Nanna, a Brava, Baldr é o mais sábio e o mais calmo
dos deuses. Ele mora em Beidablik, a mais pura casa celestial, sendo um
guerreiro formidável, mas está destinado a ser morto por seu irmão, Hodr, o
Cego, guiado pela maldade de Loki. Baldr é o deus que será sacrificado antes do
Ragnarök.
Os
Aesires lhe darão um grandioso funeral e queimarão o corpo de Baldr em seu
navio, Hrighorni. Nanna, sua esposa, morrerá de tristeza e será colocada em sua
pira funerária. Odin colocará seu bracelete de ouro sob seu corpo após
sussurrar ao ouvido do filho; a montaria de Baldr também será sacrificada. Thor
consagrará a tudo, erguendo seu martelo, e o navio flamejante será lançado ao
mar, diante dos deuses reunidos.
Será
pedido à deusa Hella que Baldr retornasse ao mundo dos vivos, mas, para isso,
ela dirá que toda a criação deveria chorar pela morte de Baldr. Uma gigante,
Thokk, recusara-se. Ela é, é claro, Loki disfarçado.
Freya
O lugar onde Freya decide
Os que ficam em seu salão.
Dos que morreram em combate,
Metade fica com ela;
A outra metade, com Odin.”
-- Gylfaginning
Freya,
filha de Njord, gêmea e amante de Freyr, é, acima de tudo, a deusa do amor e da
beleza. Ela é a mais bela e mais libertina das deusas e todos os deuses e
gigantes a desejam. Os escaldos a celebram constantemente.
Freya
possui uma fabulosa joia forjada pelos anões: o resplandecente colar de ouro
Brisingamen, que muitos cobiçam. No entanto, ela não seria uma das mais
importantes divindades Nórdicas se fosse limitada apenas ao domínio da beleza e
do amor:
• Freya,
como seu irmão, está vinculada à fecundidade, à fertilidade, aos casamentos,
aos nascimentos e também à morte. Ela é frequentemente reverenciada durante
partos.
• Freya
também é uma feiticeira. Ela criou a magia extática chamada de seidr e a
ensinou a Odin. Freya extrai seus poderes dos mortos e pode prever o futuro. Algumas
vezes chamada de “Dis (ou deusa) dos Vanires”, Freya pode se transformar em um
falcão.
• Freya
tem uma carruagem puxada por dois gatos. Como deusa da guerra, ela partilha
todos os mortos em batalha com Odin, de quem é muito próxima e, às vezes,
amante. Freya também monta um javali de pelos dourados, Hildisvini (“Suíno de
Batalha”), similar ao de Freyr.
Assim
Freya, reina sobre muitos domínios: amor e guerra, fertilidade e magia negra,
vida e morte.
“Diga-me Freyr, Príncipe dos Deuses:
Por que te sentas sozinho,
Meu senhor, durante todo o dia
Com o coração pesado em tua sala?”
-- Skirnismal
O filho
de Njord, gêmeo de Freya e também seu amante, Freyr, é o mais adorado dos
Vanires e o segundo entre os deuses Nórdicos.
Luminoso
deus das vegetações, da primavera, da fertilidade, da fecundação e da colheita,
ele também é o príncipe dos alfar e vive em Alfheim. Ele traz paz e
prosperidade.
Freyr
governa os ritos de fecundidade e os casamentos sagrados. Até mesmo seu
casamento com a gigante Gerd, obtido por meio da força, é um símbolo da união
do deus da fertilidade com a terra fecunda.
Frigga
“A oeste do Valhalla há um pequeno arbusto
Que é chamado de Visco.
Pareceu-me muito jovem
Para eu tomar seu juramento.”
A esposa
de Odin (e mãe de Baldr e Hodr), Frigga (também conhecida como Frigg), é a
deusa do amor conjugal. Ela, sozinha, pode sentar-se no trono de Odin. Por
isso, possui o dom da profecia, mas nunca fala o que vê. Ela é a mãe de tudo, a
esposa, a guardiã do lar e preside casamentos e nascimentos junto de Freya.
Frigga é cercada por uma corte de deusas menores que a servem.
O apego
de Frigga a seu filho, Baldr, que ela tenta salvar da morte inevitável com
todas as forças, é o exemplo perfeito do amor maternal.
O lar de
Frigga é o Fensalir (“Salões do Brejo”), onde muitas vezes ela habita, bebendo
com Odin e girando as nuvens.
Heimdall
“Ele pode ouvir a grama crescer na terra
Ou a lã sob o carneiro,
E toda coisa que faz um barulho maior.”
-- Gylfaginning
Heimdall
é o vigia dos deuses. Seu lar é onde Bifröst, a Ponte Arco-Íris, toca o céu.
Dia e noite, ele protege o acesso à Ponte contra os gigantes das montanhas. Ele
escuta tudo e pode ver a mais de uma centena de milhas. Ele precisa estar
sempre atento: ao primeiro sinal do Ragnarök, ele tocará sua trombeta, Gjallarhorn
(“Chifre-Berrante”).
Ninguém
sabe se Heimdall é Aesir ou Vanir. Seus laços familiares são misteriosos e ele
diz que é filho de nove mães e é irmão de nove irmãs. Talvez seja filho de Odin
com as nove Donzelas das Ondas, filhas de Aegir.
Heimdall
é o mais brilhante dos deuses. Seu cavalo é chamado Gulltopp (“Crina de Ouro”)
e seu animal favorito é o carneiro. É ele quem recuperou o colar Brisingamen
quando Loki o roubou.
Heimdall,
ao lado de Odin e Thor, protege o mundo contra a destruição. Loki é seu inimigo
e eles estão destinados a lutar um contra o outro na batalha final.
Hella
“Abaixo da terra
Outro corvo canta.
Um pássaro vermelho-ferrugem
Nos salões de Hella.”
-- Völuspa
Todos que
entram nos domínios de Hel não podem partir nunca mais; como o rio Gjoll,
correndo da nascente Hvelrgelmir, circunda seus domínios, a entrada é guardada
por um lobo monstruoso, da mesma raça que Fenris, e uma gigante, Modgudr, que
pergunta àqueles que desejam atravessar a ponte, coberta com telhado de ouro,
Gjallarbru, o que eles são e por que desejam adentrar os domínios de Hel. Dali,
a estrada que leva aos domínios de Hel desce para o norte.
Hella é
uma figura dúbia, sendo metade monstruosa, com a pele azul e preta, e metade
bela, como uma jovem muito bem afeiçoada. Ela recebe seus convidados em seu
imenso salão, Eljudnir. Lá, intrusos ficam cara a cara com seus ancestrais
mortos.
Loki
“Loki é belo ao olhar,
Mas seu espírito é maligno
E seu temperamento mutável.
Ele supera todos os homens na ciência
Da astúcia e da malícia.
Ele sempre causa os grandes males aos
Aesires,
Mas muitas vezes, ele os salvou
Por meio de suas artimanhas.”
-- Gylfaginning
Cruel e
astuto, Loki é o mais problemático entre os deuses. Ele é a origem dos
infortúnios, pai do lobo Fenris, da Serpente de Midgardr e da deusa do submundo,
Hella. Ele usa toda a sua inteligência e astúcia para fazer truques maliciosos
com os outros deuses. Mas Loki não é um deus do mal; na verdade, ele é um
agitador semelhante a Odin, de quem é irmão de sangue e com quem partilha
algumas semelhanças, como a ambivalência e a astúcia.
No
entanto, algumas fontes dizem que Loki causará a morte de Baldr e insultará os
outros deuses. Então ele será acorrentado acima de três pedras pontiagudas,
enquanto o veneno de uma serpente pinga sobre ele. Sua esposa, Sigyn, segurará
um prato para juntar o veneno e protegê-lo, mas toda vez que ela for esvazia-lo,
Loki terá espasmos de dor que fazem a terra tremer.
Loki
comandou os anões, para criarem os seguintes itens mágicos:
• A Lança
Gungnir e o bracelete Draupnir para Odin;
• O navio
e o javali de ouro de Frey;
• O
martelo Mjölnir de Thor;
• O
cabelo de ouro de Sif.
Njord
Não fiquei muito tempo ali,
Não mais que nove noites.
O uivo dos lobos me parece horrível
Comparado ao canto dos cisnes.”
-- Gylfaginning
Deus
reverenciado por pescadores e navegantes, Njord controla o vento, o mar e o
fogo. Ele é rico e protege as terras e pertences dos homens que o veneram. Njord
vive em Noatun (“lugar de navios”), no mar, o que torna a vida difícil para sua
esposa Skadi, filha do gigante Thjazi, que prefere as montanhas.
Njord é o
pai dos gêmeos Freyr e Freya, que ele gerou com uma de suas irmãs, já que o
incesto não é proibido entre os Vanires.
Odin
“Eu sei que eu fui suspenso
Na árvore fustigada pelo vento
Por nove noites inteiras,
Ferido pela lança
Eu olhei para baixo,
Eu peguei as runas
Peguei-as, gritando
E, então, eu caí.”
-- Havamal
Odin não
é apenas o rei, mas também o pai dos deuses de Asgard, governando de seu trono
em Gladsheim, de onde observa a ação de todos os outros deuses.
Um homem
velho, sem um olho, com longos cabelos e uma barba cinzenta, Odin é envolto por
um manto azul ou preto e esconde seus traços sob um chapéu de abas largas. Seu
único olho brilha com todo o conhecimento do mundo. Dois corvos, Hugin e Munin
(Pensamento e Memória), empoleiram-se em seus ombros e viajam pelo mundo ao amanhecer
para reportar a Odin tudo o que viram. Dois lobos, Geri (Voraz) e Freki
(Glutão), também o acompanham e ele os alimenta com a comida que lhe é dada, já
que Odin consome apenas vinho.
Odin é
mais temido do que venerado. Ele é um deus ambíguo, temível e perigoso, com
muitos aspectos:
• Ele
está acima de toda a soberania dos Aesires e Vanires. É o mais velho e pai de
quase todos os outros. Seu trono, Hlidskjalf, de onde examina todo o mundo,
fica em Gladsheim, seu domínio em Valhalla, o Salão dos Mortos. Os outros onze
grandes deuses regularmente encontram-se aqui com Odin para governar e tomar
decisões, ou apenas para festejar.
• A lança
de Odin, Gungnir, e seu bracelete de ouro, Draupnir, são os principais símbolos
de seu poder.
• Odin é
o deus dos que morreram em combate. É ele quem conduz as almas com seu cavalo
de oito patas, Sleipnir, o garanhão cinza. Ele envia suas filhas, as Valkyrias,
para escolher os mais valorosos guerreiros nos campos de batalha e escoltá-los
até o Valhalla. Durante as doze noites antes do Yule, ele atravessa o céu por
dentro das nuvens, seguido por um exército de espíritos e Valkyrias, sua horda
selvagem. No salão dos mortos, Valhalla, ele dá as boas vindas a seus súditos
favoritos, aqueles que morreram em batalha e foram trazidos pelas Valkyrias. Esses
são os einherjar, “guerreiros únicos”, aqueles que comem da carne do javali
Saehrimnir, que se torna inteiro de novo todo dia, e bebem o hidromel das tetas
da cabra Heidrun, que vive no telhado. Sob o olhar atento de Odin, eles lutam o
dia inteiro e, às vezes, são mortos, mas são trazidos de volta à vida para
banquetear toda noite e esperar o Ragnarök. Assim, eles estarão ao lado dos
deuses para lutar contra o lobo Fenris e as forças da destruição. Como um
necromante, Odin pode falar com os mortos e roubar o conhecimento daqueles que
foram enforcados.
• Deus da
vitória, mas não da guerra, Odin não luta. Ele decide o rumo de uma batalha com
sua astúcia e conhecimento. Os meios necessários não lhe interessam; apenas os
resultados contam. Traição, tortura, nada o incomoda. Ele incita o ódio e a
destruição. Também é conhecido como o deus da fúria, Yggr o Temível. Seus
guerreiros sagrados, os berserkers, entram em um êxtase furioso na batalha,
tornando-se insensíveis à dor e aos ferimentos.
• Odin é
um grande estrategista, um gênio tático. Por conta de seus conhecimentos (ele
inventou a formação em cunha), é o fundador de muitas dinastias humanas. É um
deus aristocrata, instruído e refinado.
• Odin
também é deus do conhecimento e inteligência. Ele sacrificou um de seus olhos
para beber da fonte de Mimir e ganhar sabedoria. Também é o Aesir que mais
conhece a magia. Como deus da inteligência, ele também é o deus dos
comerciantes, dos negociantes e dos mercadores.
• Mestre
de toda a magia, Odin é o deus da galdr, a magia de encantamento. Com Freya,
dos Vanires, ele aprendeu a seidr, a magia extática. Além disso, é o deus das
runas e as obteve por meio de um doloroso sacrifício, pendurado na Yggdrasil
por nove dias. Ele também é um metamorfo e pode assumir qualquer forma humana
ou animal.
• Odin
também é o deus da poesia. Na forma de uma águia, ele roubou dos gigantes o
hidromel dos skalds, criado pelos anões, que dá inspiração a quem o beber. Odin
continua sendo um deus impossível de se compreender totalmente. É impossível
confiar nele: ele está em constante movimento, viajando, mudando de forma e
aparência, indo do amigável ao hostil, tão mutável quanto o vento.
Thor
“... Ele entornou o caldeirão,
Girou o Mjölnir
Contra os sanguinários,
Os monstros do deserto,
Todos ele matou.”
-- Hymiskvida
Thor é o
deus mais amado entre os Nórdicos. Uma encarnação do trovão e o deus da guerra,
guiando sua biga puxada pelos dois bodes, Tanngnjostr (“Dente-amolador”) e
Tanngrisnir (“Dente-exposto”), grande e imponente, sua barba vermelha brilha e
seus olhos são flamejantes. Thor é filho de Odin e Jord, a Terra.
Thor
porta o Mjölnir, um martelo forjado pelos anões: ele é indestrutível e sempre
retorna para sua mão. Usando um cinturão e luvas de força, a força física de
Thor é inigualável.
Thor é,
acima de tudo, o deus da força e do combate, o defensor dos deuses, o matador
de gigantes, protetor de Asgard e quem matará Jörmungandr no Ragnarök.
Thor
também tem muitos aspectos, embora seja menos ambíguo que seu pai, Odin, e
muito mais reverenciado pelos mortais:
• Thor é
o deus da força. Suas batalhas contra os gigantes são contadas e recontadas nas
sagas e ele sempre é veloz usando seu martelo. Ninguém é mais forte que ele,
ele não tem rivais, Thor acaba logo com seus inimigos, sejam eles homens ou
deuses.
• Ele é
um deus benevolente.
• O
relâmpago e o trovão de Thor trazem a chuva, um símbolo de fertilidade. Ele é
invocado em casamentos e seu martelo é um símbolo de bênçãos. Seus bodes são
seu alimento, mas ele os traz de volta à vida abençoando seus restos com o Mjölnir.
Por conta
de sua vitalidade transbordante, Thor é um deus da vida e o filho da Terra. Ele
representa o homem comum, o camponês, o Nórdico, simples e direto.
Tyr
“Ainda há um dentre os
Aesires chamado Tyr.
Ele é valente e o mais corajoso
E tinha poder sobre a vitória na batalha.
É bom para os bravos homens
Invocá-lo.”
-- Gylfaginning
Tyr,
embora muitas vezes não seja reconhecido pelos escaldos, é um ser primordial e
criador dos homens. Seu próprio nome quer dizer “deus”.
Um
guerreiro valente, ele lidera a thing e mantém a paz sobre o mundo até a hora
do Ragnarök, quando ele lutará contra o lobo Fenris, apesar de ter perdido sua
mão direita.
Tyr é o legitimo
deus da guerra, lutando de maneira justa e de acordo com as regras – diferente
de Odin. O bravo Tyr é o único deus que ousou alimentar o lobo Fenris e
sacrificou sua mão direita para reparar as mentiras dos deuses e manter a paz
no mundo.











Nenhum comentário:
Postar um comentário