quarta-feira, 16 de maio de 2018

Os Nove Mundos de Yggdrasil

“Eu conheço o freixo que se ergue
Chamado Yggdrasil,
Uma grande árvore, respingando
Com água branca;
De onde vem o orvalho
Que cai nos vales,
Que cresce eternamente verde sobre a fonte de Urdr.” 
 – Völuspá




Uma grande árvore frondosa com uma águia em seu topo, quatro cervos em torno de seu tronco e uma serpente enrolada em suas raízes (o dragão dos mundos inferiores, Nídhöggr). Ainda existe um esquilo (Ratatoskr, que transitava entre os Mundos levando notícias – muitas vezes distorcidas – entre o Dragão inferior e a Águia superior) no tronco.
A Árvore possui três Raízes principais, cada uma sobre três Fontes – Urðr, Mimir e Hvergelmir. A Fonte de Urdr é associada com os Mundos superiores, sendo a morada das Nornir (a tríade do Destino). Além de tecerem e entremearem os destinos dos humanos, as três deusas também usam a água e a lama desta Fonte para regar e nutrir a Árvore, reparando os danos causados pelo dragão. É um local onde mesmo divindades podem obter presságios e orientação.
Na Raiz equivalente aos Mundos intermediários fica a Fonte de Mimir (nome que significa “Memória”), onde jaz a cabeça de um gigante – preservada viva através da magia dos Aesir – que guarda o conhecimento ancestral e místico. Nessa fonte, Odin sacrificou um de seus olhos em uma de suas buscas por conhecimento oculto.
Por fim, na Fonte Hvergelmir brota a Raiz dos Mundos inferiores. Dela jorram os rios primordiais que passam pelo Mundo dos mortos fluindo até o Mundo dos humanos.
Haviam diversas passagens e pontes entre os Mundos, sendo as mais famosas Bifröst e Gjöll – respectivamente, a ponte reluzente que liga Midgardr e Asgard - e a ponte escura que atravessa um rio gelado de mesmo nome e conecta Midgardr com Helheim.

Alfheim
A morada dos elfos claros, ou alfar. Está localizada bem cima de Midgardr no eixo vertical. Os elfos claros são retratados como misteriosos, aparecendo tanto em cultos agrários quanto familiares (em associação a ancestralidade), porém também associados a magia; atribuiu-se a esse mundo a criatividade e trabalhos mentais orientados pelos elfos. Também é um reino associado com a fertilidade e a luz solar, uma vez que é habitado pelos deuses solares Freyr (deus Vanir da colheita) e Sól (deusa condutora do sol). Sua runa correspondente é Sowilo, a runa do Sol.
Principais habitantes: Eladrin, elfos, gnomos, hamadríades, sátiros e wilden.

Asgard
O lar dos deuses Aesir, no topo da Árvore, governado por Odin e Frigga. Asgard é associado ao “Eu Superior” e possui vários palácios e salões que servem de morada para os Aesir, sendo o mais famoso Valhala – onde as Valkyrias levam as almas daqueles que morreram em batalha para se juntarem aos seus exércitos e passar o resto de seus dias preparando para o Ragnarök. Pode ser acessado de Midgardr pela travessia da ponte Bifröst, brilhante, porém estreita, guardada pelo deus Heimdall. É atribuído à runa Gebo, associada com presentes – um lembrete dos sacrifícios que são necessários para se obter as dádivas de Asgard.
Principais habitantes: Deuses aesir, devas e shardmind.

Helheim
O mundo mais profundo, onde a própria Árvore está enraizada, é o mundo dos mortos governado pela deusa Hella. É destinado às almas daqueles que não foram escolhidos pelos deuses para residir em suas moradas (em Asgard ou Vanaheim); por isso, embora aparente ser um mundo de inércia, também é um mundo de renascimento onde as almas podem descansar – o deus Baldr será recebido em Helheim após ser morto nas intrigas de Loki. Isso se reflete na própria aparência da deusa, em parte uma bela jovem e em outra um cadáver em decomposição. Sua runa regente é Hagalaz, associada ao granizo e indicadora daquilo que está além do nosso controle. O plano também pode ser alcançado por uma ponte larga e escura, protegida pela ajudante da deusa que o rege, Modgudr.
Principais habitantes: Revenants, shadar-kai e shades.

Jotunheim
Também chamado de Utgard (“Jardins Exteriores”), o “Reino dos Gigantes” localiza-se a oeste de Midgardr e é retratado como um mundo primitivo e perigoso. Habitado principalmente pelos Jötnar (gigantes), são seres com papéis ambíguos na mitologia – muitos são associados com eventos climáticos destrutivos como as tempestades, enquanto outros são sábios e detentores de segredos que os deuses tentam tomar (tanto por força bruta, quanto através de estratagemas). Em muitos casos, como os de Utgard-Loki e Thrym, os gigantes se colocam como inimigos dos deuses e da humanidade; porém, as gigantas são descritas dotadas de muita beleza e habilidade marcial, frequentemente se envolvendo em casos amorosos com deuses. Sua runa regente é Isa, que representa o congelamento e estagnação.
Principais habitantes: Gigantes, genasi da terra, golias e orcs.

Midgardr
O “Jardim do Meio” localizado no centro do tronco da Yggdrasill e é ameaçado por gigantes de Jotunheim. No mar em seu entorno, está a serpente Jörmungandr (ou “Miðgarðsormr”, “Serpente de Midgardr”); tão grande que seria capaz de envolver o mundo todo e morder o próprio rabo, quando emerge causa terremotos e tempestades. É não só o mundo em que estamos e interagimos o tempo todo, como também o nosso estado habitual de consciência. Sua runa correspondente é Jera, que rege a passagem do tempo e representa os calendários; o deus Thor é tido como seu protetor, mas também é associado com deusas da Terra como Jörd...
Principais habitantes: Halflings e humanos.
Muspellheim
Ao sul de Midgardr, é o Mundo do Fogo primordial oposto à Niflheim. O Fogo primordial constitui o princípio ativo, expansivo, destrutivo e caótico. A interação dele com o Gelo de Niflheim dentro do Ginnungagap (o abismo vazio, anterior ao Universo) foi o que deu início a criação. É habitado por gigantes de fogo que são regidos por Surtur, portador de uma espada flamejante. Sua runa correspondente é Dagaz, a runa da conclusão plena e reinício. Desta dimensão partem os gigantes que vão destruir os mundos no Ragnarök.
Principais habitantes: Draconatos, duergar, genasi do fogo e tieflings.

Nidavellir
Os “Campos Escuros” ficam logo abaixo de Midgardr e se tratam de um mundo subterrâneo onde habitam os anões e elfos negros – seres ligados a terra, mestres da forja e metalurgia, que fogem da luz solar. Estes seres foram os responsáveis pela construção de diversas armas e objetos mágicos usados pelos deuses, entre eles a lança de Odin, o martelo de Thor e o barco de Freyr. Sua runa correspondente é Eihwaz, que representa o “tronco” ou “eixo”.
Principais habitantes: Anões, drow, goblins, hobgoblins, kobolds e svirfneblin.

Niflheim
Ao norte de Midgardr em um eixo horizontal está Niflheim, o “Mundo Enevoado”. É o mundo congelado do Gelo primordial, o princípio passivo, receptivo, conservador e ordeiro. Repleto de névoas e ilusões, é onde tudo o que não foi gerado ainda jaz congelado, precisando o elemento ativo (o Fogo de Muspellheim) para derreter o gelo e liberar a criação. Possui correspondência com a runa Naudhiz, associada com amarras e bloqueios. Teve participação juntamente ao reino de fogo na criação de Midgard, oriundos do vazio primordial o Ginungagap. Será de Nilfheim, no Ragnarok que sairá o navio dos mortos, Naglfari, conduzido pelo deus Loki.
Principais habitantes: Changeling, ferais, genasi da água e minotauros.

Vanaheim
O “Reino dos Vanir”, à oeste de Midgardr, é um plano pacífico e abundante habitado pelo panteão de divindades antigas ligadas à terra, à fertilidade e aos ciclos naturais. Os principais Vanir são o deus do mar Njörd e seus filhos Freyja e Freyr (embora este habite Alfheim). Em seu centro há uma região chamada “Fólkvangr” (“Campos do Povo”), que serve de destino para parte das almas dos mortos. Internamente, é associado com as emoções que fazem o papel de fertilizar e fortificar nossas ideias e planos, garantindo seu crescimento. Sua runa correspondente é Ingwaz, a sucessão natural.
Principais habitantes: Deuses vanir, genasi do ar e vryloka (disir).

Um comentário:

  1. Esses é o mundo onde vamos jogar, cada um vai começar onde sua raça é mais comum?

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